JÁ OLHEI O TRABALHO DE OUTRAS PESSOAS E QUIS TER TIDO AQUELA IDEIA, TER FEITO AQUELA FOTO

ARTIGOS | 17/09/2017

Não é todo dia que meu orgulho pelo trabalho que faço está nas alturas.

E hoje percebo.

Hoje não estou em um desses melhores dias e me dei o direito de não ver as fotos de um colega meu. Que diga-se de passagem faz um trabalho incrível!

Não que tenha inveja dele, muito pelo contrário, eu quero mais é que ele faça fotos espetaculares, ele merece.

No entanto, ver hoje as fotos, seria algo para me deixar mais pra baixo que estou, é questão de psicológico né?

Nós nos julgamos, nos comparamos, somos ferozes conosco, somos desumanos.

Temos carteirinha de sofrência, quando o assunto é sermos críticos com nós mesmos.

Quando comecei a fotografar, tinha vergonha do que fazia e não compartilhava nada, toda vez que eu postava era um suador frio que nossa.

E quando começamos a nossa carreira, seja qual for, observamos o trabalho do outro e parece que a grama de todos é mais verde que a nossa.

Precisamos de referências, ver o trabalho de outros fotógrafos às vezes ajuda, porém, isso acontece demais em começo de carreira, quando percebemos entramos em neuras, pensando que o futuro está muito longe da gente, que não somos capazes.

Quando na verdade não conhecemos a “bagagem” da pessoa que admiramos e gostaríamos de estarmos na pele. Não sabemos como foram os anos até chegar a fazer trabalhos como os que fazem.

Não somos essas pessoas.

Nós devemos ser nós mesmos!

Claro que tenho muito a aprender e a evoluir, mas hoje sabendo da minha capacidade, me orgulhando do que faço, entendendo que cada um tem seu tempo, suas histórias, suas escolhas, vejo como tudo flui mais facilmente, como que se não precisasse olhar pra fotografia dos outros, devo olhar para mim, para minha fotografia, para o meu mundo.

Isso se torna cada vez mais necessário em um mundo onde esquecemos de viver nossas vidas para querer viver a vida dos outros, no entanto, devemos ser nós mesmos. Nossas experiências, histórias, “bagagem” e escolhas são somente nossas.

Então, cada um a seu tempo, cada um com sua bagagem, buscando o auto conhecimento e criando a nossa identidade vamos chegar aonde queremos. Só não esquece do caminho não, o caminho é lindo e único para cada um de nós. Isso é viver!

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Fotografia e texto: Bru Medeiros
Bailarina: Ju Querino

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