MAS AFINAL, O QUE É BRANDING?

ARTIGOS | 02/05/2017

DESIGN COMO FERRAMENTA DE NEGÓCIOS

Ultimamente muito têm se falado sobre esta palavrinha “gringa”, a qual a ligação com logotipos é quase certa. O que pouco se fala é sobre a profundidade de seu significado, que engloba tantas coisas as quais muitas vezes nem se imagina.

Uma empresa tem um logotipo, e este logotipo representa esta empresa/pessoa. O logotipo sozinho não é equivalente a um branding. Este é uma elemento gráfico com um conteúdo semântico (que tem um objetivo, um por que) cheio de idéias e atributos, que o diferencia de seus concorrentes.

“As marcas absorvem conteúdo, imagens, sensações efêmeras. Tornam-se conceitos psicológicos na mente do público, onde podem permanecer para sempre. Como tal, não se pode controla-las por completo. No máximo, é possível orientá-las e influenciá-las”. Bedbury (2002, p.37)

O branding tem como intenção gerenciar e evidenciar o principal bem intangível de uma empresa: sua marca. Este gerenciamento comporta orientar o consumidor em relação à empresa, certificando um padrão em atendimento, comunicação, marketing e aplicações do logotipo. O branding promove o design como peça-chave na gestão da marca.

Em um mundo tão globalizado existe a necessidade de criar marcas fortes e marcantes, e nesta direção o branding auxilia como um gestor, para que as mensagens enviadas sejam coesas e acordadas com os princípios de sua essência. Além disso, visa estreitar relações entre as pessoas e as marcas, criando vínculos emocionais fortes.

Outra palavra facilmente relacionada ao branding é valor. Quando uma relação emocional é criada com uma marca um valor é criado por consequência. Este valor é intangível, porém mensurável. Cabe à Identidade Visual ser eficiente e objetiva, pois é o primeiro contato que o consumidor terá com esta empresa. Esta assimilação correta por parte do consumidor despertará um desejo e curiosidade naturais pela marca e pelo que ela oferece.

De 50 anos para cá as gerações têm se baseado cada vez mais em experiências visuais através da TV, cinema, fotografia… A partir daí as relações sociais e comerciais mudaram de utilidade para o desejo, fazendo símbolos se tornarem cada vez mais importantes em nossas vidas. Hoje em dia marcas constroem e representam estilos de vida, status e identidades sociais, funcionando como identificadores. Facilmente relaciona-se tênis à Nike, bebida láctea à Yakult, refrigerante à Coca-Cola, e assim vai. Este é o poder de um bom gerenciamento de marca. 

Temos acima um exemplo clássico de posicionamento de marca e evolução da mesma. Este foi o primeiro logo criado por Steve Jobs para a então recém criada Apple Computer. Jobs queria passar neste logo a idéia original do nome, em uma menção clara a Newton e à maçã que estava a ponto de cair em sua cabeça. Não satisfeito com o desenho de Newton em si, ele ainda colocou em suas bordas a frase: “Newton… Uma mente que sempre viaja pelos estranhos mares do pensamento…. sozinho”

Quem conhece a Apple atualmente nem imagina este passado com uma imagem tão diferente à atual. Jobs certamente não levou em consideração os pontos citados acima, em que uma marca deve ser objetiva e facilmente identificada. Este antigo logo era bastante confuso e muito cheio de detalhes que não agregavam nada ao objetivo principal de passar uma imagem de empresa de tecnologia, inovadora, de mente aberta.

Jobs contratou Rob Janoff, um designer da California para redesenhar sua idéia de maneira mais objetiva e clara, foi quando surgiu o primeiro conceito mundialmente conhecido:

Este logo reestilizado levou em consideração os gráficos coloridos que eram lançados em seus computadores na época, uma grande inovação. Serviram também para humanizar a marca e deixa-la mais amigável. A famosa mordida significa a aquisição do conhecimento. Pelo lado bíblico, simbolizaria a sedução provocada pelos seus produtos e a busca por nossos desejos. Mordida em inglês é “bite”, e o nome técnico dos dados de computador é “bite”, além de “orientar o espectador que se trata de uma maçã e não de um tomate”, segundo o designer criador.

O logotipo mais recente da empresa é minimalista e segue a tendência mundial do flat design.

Mas afinal, o que é necessário para começar um projeto de branding?

Primeiro é preciso saber os objetivos e necessidades, discutidas em um briefing bem completo. À partir deste documento é feita uma ampla pesquisa de mercado (local, nacional e internacional), onde se têm uma ampla visão de um todo. Esta pesquisa é alinhada aos objetivos do projeto, quando os conceitos são desenhados a partir de referências visuais e então os primeiros estudos para o logotipo são desenvolvidos.
Quadro 3. Etapas da criação de um projeto de desenvolvimento de identidade visual e branding

A partir do conceito aprovado é feita a extensão da marca em artigos de papelaria (cartão de visitas, papel de carta, contrato, pasta para contrato, tags, etiquetas, envelopes, etc) e artigos de marketing (brochuras, tabelas de preço interativas, ecobags, etc). O logotipo deverá ser aplicado virtualmente (em mídias sociais, site, blog, fanpage, assinatura de email) utilizando os mesmos padrões dos materiais gráficos.

Um projeto de branding é um investimento de rápido retorno, pois externaliza uma mudança interna de uma empresa/pessoa; quando contratada e amparada por profissionais competentes é possível perceber o potencial de uma marca e seu valor, começando sempre da maneira mais correta possível.


Vanuza Amarante
Designer formada em Desenho Industrial pelo Mackenzie – SP, com especialização em Design de Produtos. Trabalhou em escritórios de design no Brasil e Canadá, atualmente tem um escritório de design focado no nicho de fotografia de casamento, a VAALBUNS.

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